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Debatendo a cena atual
 
 

Cena Encontro é marcado por um debate intenso sobre a importância dos festivais de teatro na descentralização das artes cênicas

O Tiradentes em Cena 2017 promove o Cena Encontro, com o intuito de debater o cenário cultural brasileiro, principalmente, no teatro. No primeiro debate, com o tema “A importância dos festivais de teatro na descentralização das artes cênicas” colocou em pauta a relevância da troca das experiência entre os agentes culturais, a geração de empregos na área, a possibilidade de experimentar novas linguagens e espaços, entre outros assuntos.  

Participaram do encontro a produtora da Primeira Página e membro do colegiado da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro, Maria Siman; a diretora da Rubim Produções (Belo Horizonte) e realizadora do projeto Teatro em Movimento, festival que dura o ano inteiro; Gilberto Bartholo, referência da dramaturgia brasileira e crítico de teatro; e Juliano Felisatti, diretor do Teatro da Pedra, de São João Del Rei.

O debate foi intenso e caloroso, e passeou por várias questões da classe teatral - captação, investimento, resistência, qualidade do teatro, custos, incentivos etc. Em um país com as dimensões geográficas e culturais como o Brasil, cada região tem a sua peculiaridade, como frisou Tatyana Rubim: “O mineiro é um público que vai, mas que se afasta rapidamente, quando não há mais acesso. Realmente, o Brasil não é um país, é um continente. O modus operandi de cada região é muito peculiar. A gente teve a chance com o Ponto de Partida de excursionar por 10 cidades com uma produção muito difícil. Carajás, por exemplo, é no meio da selva. A gente conseguiu fazer, mas com um custo de equipamento exorbitante, o que dificulta bastante o trabalho, mas não impossibilita”. A produtora ainda ressaltou que, independente de ser um ator ou atriz consagrados, é para o teatro que o artista corre quando precisa se reestabelecer dos verdadeiros significados de sua arte: “Os atores e atrizes que vão para o teatro, que já são consagrados, como a dona Fernanda (Montenegro), a dona Nathália (Timberg), a dona Nicete (Bruno), a Marieta Severo, a Renata Sorrah, elas vão para o teatro, porque é ali que elas se ressignificam, é ali que é o lugar delas, para onde vão, mesmo ganhando quase que a mesma coisa que o não-consagrado”.

Maria Siman levantou uma questão importante, que prejudica bastante a profissão: “É uma luta do qual eu sou verdadeiramente solidária. Está errado? Está errado. Mas só na parte do governo? Não, está errado aqui também. De como a gente fala pouco... O Brasil é um dos países mais criativos. Temos artistas fenomenais em todas as áreas. E a gente não tem um marco regulatório. A lei trabalhista não nos atende, porque a gente trabalha de um jeito completamente diferente. Nossas contratados trabalham de quinta à domingo à noite, por exemplo. E a gente lida com a mesma lei trabalhista. E a gente não tem nenhum marco regulatório”.

Fábio Amaral, idealizador do Tiradentes em Cena, lamentou a dificuldade em se trazer grupos teatrais de outros estados, principalmente os mais distantes: “Nós queremos trazer gente de tudo quanto é lugar do Brasil. Tem peças tão boas espalhadas por aí. Mas o custo é tão alto. Porque você tem a pousada, tem a alimentação... é um custo que vai ser tornando tão grande.

Aline Garcia, anfitriã idealizadora do festival, levantou a questão da preservação da arte local: “A gente quer resgatar essa história, porque Tiradentes é uma cidade turística, uma cidade de um vem e vai constante, que recebe gente o tempo todo. O patrimônio é lindo e está aí. Como é que a gente consegue fazer para isso não morrer? O que a gente faz? É congado? Então vamos lá promover o congado, com Tizumba e o Tambor Mineiro, vamos conversar, debater todas essas questões”. Juliano e Gilberto, também, frisaram o problema da divulgação da arte brasileira que, raramente, sai do eixo Rio-São Paulo. “Entre o altamente comercial e o altamente experimental, temos infinitas possibilidades. Quando a gente pensa em distribuição, a gente fala em Rio e São Paulo. Nesse país-continente, a gente não está nem perto de pensar em uma real distribuição de cultura. Porque é muito caro. Só é produzido Rio-São Paulo. O tempo inteiro. Tizumba, por exemplo, é um artista conhecidíssimo em Minas Gerais. Não chega em outros lugares. A gente está com um erro muito sério nesse país de aceitar uma verdade vinda apenas de duas capitais”, desabafou Felisatti. Bartholo, que também não conhecia Tizumba, aproveitou para enaltecer a relevância de festivais como o Tiradentes em Cena: “Eu acho muito importante a gente mostrar a cultura local, realizar festivais em cidades pequenas, em cidades que ainda estão começando a lutar para mostrar os seus valores artísticos. Eu fiquei encantado com a apresentação do Maurício Tizumba, na abertura. É uma pessoa que eu não conhecia e que, agora, eu considero da maior importância. Eu acho que esse tipo de festival, que é produzido em cidades pequenas como Tiradentes, ganha uma relevância ainda maior”.

O encontro terminou com a certeza de que debates como esse são imensamente enriquecedores e devem, sim, acontecer constantemente, seja em festivais menores como o Tiradentes em Cena, seja em megaproduções.

 
 
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